sexta-feira, 17 de setembro de 2010
castelo de S. Jorge
Esta semana, para o nosso almoçino cultural, eu e a PM escolhemos revisitar um dos monumentos mais importantes da cidade de Lisboa, o Castelo de S. Jorge.
Construído sobre uma fortificação visigótica, por sua vez edificada sobre vestígios pré-romanos, foi transformado em alcáçova pelos árabes, para albergar os edifícios mais importantes e a população. Dali nascia uma muralha (a Cerca Moura) que se estendia até ao rio.
A entrada no castelo é gratuita para os moradores do concelho de Lisboa, basta apresentar o bilhete de identidade. Para os restantes visitantes custa 7 euros, o que é um bocado puxado.
Conquistado aos Mouros em 1147, o Castelo de São Jorge estende-se por uma área de aproximadamente 6000 metros quadrados, incluindo diversas torres, vigias, um fosso (agora seco) e duas praças divididas por uma muralha interior, mas com uma porta comunicante.
O primeiro nome do castelo foi Castelo de Lisboa; foi chamado Castelo de São Jorge após a conquista de D. Afonso Henriques, com o auxílio de Cruzados a caminho da Terra Santa, em 1147.
Clikem nas fotos para ampliar.
De fundação romana, foi utilizado como residência real por D. Afonso Henriques depois da reconquista de Lisboa aos mouros e proporciona ao visitante uma das mais belas e completas vistas panorâmicas da cidade de Lisboa.
Depois da conquista de Lisboa aos mouros, o Castelo deixou de ter funções defensivas. Dom Dinis transformou-o em Paço Real, mantendo este papel até ao reinado de Dom Manuel I, mesmo depois de construído o Paço da Ribeira.
Nos bancos dos jardins, está gravado este belíssimo poema da Sophia de Mello Breyner sobre a cidade de Lisboa.
Praticamente destruído com o terramoto de 1755, esteve abandonado até que os militares o ocuparam para albergar quartéis, situação que só foi alterada nos anos 30, quando, ao abrigo do programa de reforma de castelos incluído na Exposição do Mundo Português, ficou com o aspecto actual.
Sob uma velha oliveira, está esta tábua com mensagem que dá que pensar.
A simbiose entre o castelo e a paisagem não podia ser mais perfeita. Devido ao seu passado histórico e às fascinantes vistas que oferece, este é o local ideal para uma tarde bem passada!
Como não há qualquer sinalética nem informação enquanto percorremos o espaço, andámos doidos à procura da célebre porta onde Martim Moniz ficou entalado, mas depois de muitas voltas, lá a encontrámos.
Reza a lenda que D. Afonso Henriques tinha posto cerco à cidade, ajudado pelos muitos cruzados que por aqui passaram a caminho da Terra Santa. O cerco durou ainda algum tempo, durante o qual se travavam pequenas investidas por parte dos cristãos. Numa dessas tentativas de assalto a uma das portas da cidade, Martim Moniz enfrentou os mouros que saíam para repelir os cristãos e conseguiu manter a porta aberta mesmo a custo da sua própria vida. O seu corpo ficou atravessado entre os dois batentes e permitiu que os cristãos liderados por D. Afonso Henriques entrassem na cidade. Ferido gravemente, Martim Moniz entrou com os seus companheiros e fez ainda algumas vítimas entre os seus inimigos, antes de cair morto. D. Afonso Henriques quis honrar a sua valentia e o sacrifício da sua vida ordenando que aquela entrada passasse a ter o nome de Martim Moniz.
Junto a esta porta fica o Núcleo Arqueológico, um conjunto de vestígios arqueológicos visitáveis que testemunham três períodos significativos da história de Lisboa: as primeiras estruturas habitacionais do século VII a.C; as casas e ruas de meados do século XI, de época islâmica; e os vestígios da última habitação palatina – o Palácio dos Condes de Santiago – destruído pelo Terramoto de 1755.
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Belíssima reportagem! Até me deu vontade de lá voltar! Beijinhos
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