terça-feira, 1 de novembro de 2011
in memorium
Hoje é o Dia dos Mortos e todos temos os nossos. A nossa relação com a morte é tudo menos pacífica talvez porque, como dizia Morin - "A dor, o terror, a obsessão da morte têm um denominador comum: a perda da individualidade, o aniquilamento do ser. A ideia da morte não é nada mais do que a ideia da perda da individualidade, e o complexo d e perda dessa individualidade é traumático, visto que a morte destrói a consciência do ser. Daí o homem forjar o mito da imortalidade, que nada mais é do que a firmação da individualidade além da morte."
Acredito nestas palavras mas penso que morrermos não é que nos custa mais, mas sim a morte dos que amamos. Essa é a dor que perdura em nós pelo facto de não podermos estar mais juntos, de nunca mais nos olharmos, de nunca mais nos tocarmos. E quanto a isso, não há nada a fazer.
Os meus mortos vivem dentro de mim e os cemitérios não me metem medo. Mas arrepiam-me porque neles se vê, com crueza, a forma como o esquecimento se impõe sobre os túmulos rasgados pelo tempo com as suas flores murchas e as suas jarras de plástico. Mas também são sítios fascinantes e misteriosos, onde por vezes a imagética e a estatuária conseguem traduzir de forma ímpar a dor no momento da partida.
Este post é em memória de todos os meus que partiram e já só vivem dentro de mim. Requiescat in pace.
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