quinta-feira, 28 de maio de 2009
coup-de-foudre
Foi um coup-de-foudre, amor à primeira vista. Vi-o pela primeira vez num filme chamado "Adeus Amigo" em que ele andava quase sempre em tronco nú. Foi fatal loooool e foi aqui que começei a perceber que se calhar era gay. Tornei-me um fã compulsivo como são todos os adolescentes nestas coisas, via os filmes todos, comprava as revistas em que ele aparecia e tinha, claro, o quarto cheio de fotografias dele. E sonhava com ele, sonhos muito húmidos looooool. A medida que fui crescendo, fui acompanhando a sua carreira e só nessa altura, já mais crescidinho, pude apreciar verdadeiramente o seu trabalho como actor. Ainda hoje vejo muitos dos seus filmes com imenso prazer:P. Aqui fica este post em jeito de homenagem.
Foi certamente um dos actores mais belos da história do cinema. Símbolo sexual e galã, bom actor, controverso e arrogante qb, Alain Delon foi um presença incontornável no cinema entre as décadas de 50 e 80 do século passado. Com uma juventude e adolescência problemática, Delon foi adoptado depois do divórcio dos pais, fugiu vezes sem conta de casa, foi expulso de várias escolas, aos 17 anos alistou-se na marinha francesa e partiu para a Indochina. Regressou a Paris em 1956 e foi o amigo e realizador Yves Allegrét que lhe oferece o seu primeiro papel em “Quand la femme s’en mele” . Mas o sucesso só chegaria dois anos mais tarde ao protagonizar um assasino sem escrúpulos em “Plein Soleil”, filme baseado no romance de Patrícia Highsmith “O Talentoso Mister Ripley”.
A sua filmografia, irregular, tem obras de excepção sobretudo quando encetou parcerias com grandes realizadores (Visconti, Antonioni, Zurlini, Melville, Losey) mas o seu Star Power estendeu-se às grandes produções e “pollars” franceses dos anos 70/80, arrasando bilheteiras. A sua presença magnética fê-lo contracenar com as mais belas actrizes do seu tempo - Brigitte Bardot, Romy Schneider, Monica Vitti - ou com monstros sagrados como Jean Gabin, Yves Montand, Ingrid Bergman ou Burt Lancaster. Hoje com 74 anos continua no activo, fazendo televisão e um filme por ano, ou nem isso. O último que por cá vimos foi o “Astérix nos Jogos Olímpicos” onde fazia de César.
Para quem o quiser conhecer melhor esta explosão de beleza/talento e respectiva carreira, aqui fica uma selecção pessoal dos filmes que acho imprescíndiveis:
“Rocco e os Seus Irmãos” de Luchino Visconti, 1960
“Plein Soleil” de René Clement, 1960
“O Eclipse” de Michelangelo Antonioni, 1962
“O Leopardo” de Luchino Visconti, 1963
“Le Samurai” de Jean Pierre Melville, 1967
“A Piscina” de Jacques Deray,1968
“O Círculo Vermelho” de Jean Pierre Melville, 1970
“Verão Escaldante” de Valério Zurlini, 1972
“Dois Homens na Cidade” de José Giovanni, 1973
“Mister Klein” de Joseph Losey, 1976
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Rodopiando por blogues, acabei por me deparar com o seu e gostaria de o congratular pela fresca poesia que dele emana.
ResponderEliminarA caracterização dos conteúdos, a simplicidade sentida, viva, com que escreve, o amor que dedica a quem lhe é importante é definitivamente fascinante de descobrir.
Que uma longa e feliz caminhada continue sempre a sorrir para si e para o seu companheiro.
Bem-haja!
isabel maria