domingo, 20 de junho de 2010

férias...

...pois é, hoje vamos de férias e claro, estamos radiantes. Durante duas semanas vamos para a nossa casa do Meco e a praia vai ser o nosso destino diário :) !



Como na nossa casa da praia o computador é um objecto proibido, caros amigos bloguistas, amigos em geral e visitantes, durante este período o blogue também vai estar de férias.

Mas prometo voltar em breve e cheio de novidades. Até já!

sábado, 19 de junho de 2010

3 horas a 5 à hora


Hoje, eu o R. e a PM, fomos fazer o tal passeio de que já vos falei aqui, nos velhos autocarros da Carris.


O nosso era este velho autocarro de dois andares...


...mas também havia este de só um andar. São o máximo!


Aqui as cabecinhas do meu amor e da PM antes da partida. Conseguimos lugares no 2º andar (porque marcámos atempadamente) e fomos mesmo no banco da frente com a janela panorâmica à nossa frente.


Era este o aspecto geral dos outros visitantes que connosco fizeram a viagem. Ao nosso lado ia um grupo de senhoras(?) impossíveis, a falar aos gritos lieralmente e não se calaram um bocadinho durante o percurso que durou sensivelmente 3 horas. Um pesadelo!!!


Aqui a multidão aguarda para prestar a última homenagem ao José Saramago, cujo corpo está hoje em câmara ardente nos Passos do Concelho.


No Rossio apanhámos as celebrações da semana de Macau.


Estava muito animado.


No Teatro Nacional Dª Maria, um cartaz a anunciar uma peça com a Charlotte Rampling.


O dia estava bonito o que também ajudou...


...mas a certa altura já estávamos cansados porque os autocarros que eram 3 ou 4 iam em fila indiana e a 5 à hora. Faltou sentir alguma trepidação lol


Mas valeu a pena.

tenham um fim de semana excitante

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Mondrian Style

as tapeçarias de Pastrana

Hoje eu e a PM tivémos novo almoçinho cultural e fomos ver as extraordinárias tapeçarias de Pastrana ao Museu de Arte Antiga. Uma oportunidade única que não podiamos perder e que desde já aconselhamos a quem se interesse minimamente por história e arte.



Pela primeira vez, as quatro Tapeçarias de Pastrana encomendadas por D. Afonso V - enormes panos de armar com quatro metros de altura e 10 de largura - podem ser vistas (até 12 de Setembro) no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa. Desde o século XVI que as tapeçarias - agora completamente restauradas, num processo conduzido pela fundação espanhola Carlos de Amberes - não estavam reunidas em Portugal.



D. Afonso V não pôde levar consigo repórteres de imagem quando tomou Arzila e Tânger. Não houve reportagens em directo, relatos ao vivo por jornalistas a falar para as câmaras enquanto, ao fundo, as tropas cercavam as cidades do Norte de África e venciam batalhas. Estávamos no final do século XV e a forma mais aproximada que o rei português tinha de registar os seus feitos era mandá-los tecer em tapeçarias. Foi o que fez.


Como é que os quatro panos saíram do país é um mistério ao qual os historiadores não conseguiram ainda responder. "É muito misterioso", diz o director do MNAA, António Filipe Pimentel. Produzidas nas oficinas flamengas de Tournai no último quartel do século XV, "entrarão em Portugal provavelmente já no reinado de D. João II, e em 1532, poucas décadas depois de terem sido feitas, aparecem em Espanha, no inventário dos bens dos duques do Infantado". Como foram lá parar, ninguém sabe.



O que se sabe é que foram herdadas pelos duques do Infantado, que mais tarde as cedem à Colegiada de Pastrana, onde ficaram desde então. O mundo esqueceu-as. Até que, no início do século XX, os historiadores de arte portugueses José de Figueiredo e Reynaldo dos Santos as descobriram em Pastrana.

Nas três das tapeçarias - que contam o Desembarque, o Cerco e o Assalto a Arzila - o rei aparece identificado pelo seu estandarte, um rodízio que asperge gotas, e pela mais bela das armaduras e os mais ricos panos brocados. As tapeçarias (duas das quais foram cortadas em baixo) lêem-se como uma banda desenhada.



No Desembarque assistimos ao precipitar das tropas que enfrentam um mar agitado, seguindo o rei, que avançara primeiro para dar o exemplo. Mas alguns homens têm menos sorte do que o monarca e acabam por morrer afogados.

Na tapeçaria sobre o cerco, Arzila, com os seus telhados de telhas e as suas torres, parece uma cidade do Norte da Europa. Ao longe a frota portuguesa impressiona. Do lado esquerdo, o príncipe, do direito, o rei, a toda a volta os soldados, dezenas de rostos, de armaduras de pormenores (estes só se vêem verdadeiramente no pequeno filme de Catarina Mourão que passa numa sala lateral).



É por isso que a exposição se chama D. Afonso V e a Invenção da Glória. "Julga-se que terá sido após a [derrota na] batalha de Toro [1476], na altura em que D. Afonso V se retira para o convento do Varatojo, que encomenda este testamento político." Um gesto que faz dele muito mais do que um rei cavaleiro preocupado com conquistas, mas um homem já preocupado com a imagem que deixaria para as gerações futuras, "orientando a visão que a posteridade terá dele". Via "Publico".


Esta é a quarta tapeçaria, na minha opinião a mais deslumbrante em termos de cromáticos e de composição, embora em termos históricos não seja tão relevante como as outras três. Retrata a tomada de Tanger.

Uma oportunidade única e imperdível de ver estas verdadeiras obras-primas!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

retrato ardente


Entre os teus lábios
é que a loucura acode
desce à garganta,
invade a água.

No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.

Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"

the Taylor-Burton diamond


Origin of name

The Taylor-Burton diamond gets it's name from the renowned Hollywood actress Elizabeth Taylor and her former equally renowned husband and actor Richard Burton.

Burton lavished extravagant jewelry on Liz throughout their relationship, one of which was this extraordinary colorless diamond, which he purchased in 1969, and not being named previously, was given the rare privilege of naming it after him and his beloved wife.


Characteristics of the diamond

The diamond is a 69.68-carat pear-shaped, G-color, colorless stone with a clarity grade of VS-2. The current estimated value of the stone is $ 3.5 million.





Early history

The diamond was cut from a 240.80-carat rough stone discovered in the De Beers Premier diamond mine, in Transvaal, South Africa in 1966. The rough stone was purchased by Harry Winston Inc. of New York.

After the arrival of the stone in New York, Harry Winston and his cleaver, Pastor Colon Jr. made an exhaustive study of the stone, both internally and externally, that lasted about six months. The prolonged exercise was aimed at determining the exact cleavage plane, along which the diamond could be cleaved, in order to get two pieces, that could be subsequently cut and polished into the ideal products, with the minimum of flaws and inclusions. Having decided on the cleavage plane, markings were made to indicate the same. Finally, on the appointed day and time, under the glare of television lights, and amidst the usual tension associated with such a delicate operation, the stone was cleaved into two, a smaller piece of 78 carats and a larger one of 162 carats. According to the projections the 78-carat piece was expected to be transformed into a finished diamond of about 24 carats, and the 162-carat piece would have metamorphosed into a pear-shaped stone of around 75 carats. The faceting and polishing of each of the pieces then began in earnest, and the 162-carat rough was eventually transformed into the 69.68-carat, pear-shaped, flawless, and colorless diamond.

In 1967, Harry Winston Inc. sold the diamond to Mrs. Harriet Annenberg Ames, the sister of Walter Annenberg, former ambassador of the United States of America in the United Kingdom, during the tenure of Richard Nixon as President. But, Mrs. Harriet did not enjoy owning the diamond for long. Whenever she wore the ring in which the diamond was set, she was overcome by a fear, that someone would detect the diamond, and attempt to snatch it away from her, given the enormous value of the stone. She was tended to keep her gloves on always for fear of exposing the diamond. She said that being an extremely sociable individual, she did not enjoy that feeling. Therefore she decided to keep the diamond in a vault, and finally made up her mind to dispose of it, as it seemed foolish to keep it, if she could not use it freely. Thus two years after she purchased the stone, she sent it to Park-Bernet Galleries in New York to be auctioned on her behalf.

The diamond was put up for auction on 23rd October, 1969, with the provision that whoever buys the stone, would have the privilege of using his or her name to christen it .Before the actual sale, speculation was rife in the media as to who would bid for the stone. Several international names were mentioned, including that of Elizabeth Taylor and her husband Richard Burton. In fact the diamond was flown from New York to Switzerland and back under tight security precautions, in order to enable the celebrated couple to have a preview of the diamond.

The auction house was packed with all the well known figures in the international gem and jewelry trade or their representatives. The bidding began with the initial figure of $200,000 announced by the auctioneer. The bidding process was competitive, and the price of the diamond steadily increased until it reached $500,000. Subsequently the bids increased by $10,000 each time until the price of $650,000 was reached, when only two bidders still showed any interest. They were Al Yugler, representing Richard Burton, and Robert Kennan, the chairman of the Board of Kenmore Corporation, the owners of Cartier Inc. When the bidding reached $1,000,000 Al Yugler dropped out and the auctioneer brought down the hammer in favor of Robert Kenmore, for the record price of $1,050,000. After the successful bid Kenmore named the diamond "Cartier." The previous record for a jewel was set in 1957, when a diamond necklace from the Rovensky estate was sold for $305,000.

It is interesting to note that besides Richard Burton, there was another famous under bidder at the sale. This was none other than Harry Winston who was the original owner of the diamond. Burton, in spite of loosing out at the competitive auction, did not loose hope , and was determined to acquire the diamond at any cost in order to lavish it on his loving wife. Therefore he opened direct negotiations with the agents of Cartier. and eventually Robert Kenmore agreed to sell the diamond to the Burtons for a price of $1,100,000 on the condition that Cartier was allowed to display it in New York and Chicago. Cartier's made a profit of $50,000 on this transaction, and they agreed the diamond to be renamed Taylor-Burton.

At the exhibition of the diamond in New York, it was reported that more than 6,000 people a day flocked to review the million-dollar diamond. The original setting of the diamond was a ring...




... but Elizabeth thought it was too big and had it re-set in a necklace designed by cartier, featuring a number of smaller pear-shaped diamonds.



The necklace was flown from New York to Nice, in the company of two armed guards hired by Cartier and Burton. Elizabeth Taylor wore the Taylor-Burton in public for the first time when she attended Princess Grace's 40th birthday party in Monaco, and she often wore it with the ring bearing the Krupp diamond. In the year 1970 she wore both the Taylor-Burton and the Krupp diamond for the annual Academy Awards ceremony.



Later history

The relationship between Elizabeth Taylor and Richard Burton was characterized as a fire-and-ice relationship, which began on the sets of Cleopatra in 1961, while both of them were married to others at the time. The passionate and intense love between the two actors was clearly evident to all those who worked on the movie sets. Eventually, Burton divorced his wife Sybil Williams and Taylor divorced her husband Eddie Fisher. The two of them finally got married in 1964. Even though their marriage did not go down well with their fans, and sent sensational shock waves around the world, the intensity of the love between them was undeniable.



As a devoted husband, who was passionately in love with his wife, Burton lavished extraordinary jewelry on Liz, throughout their relationship. Burton's attachment to his wife was so intense that at one time he said, "I cannot see life without Elizabeth. She is my everything-my breath, my blood, my mind and my imagination."

Last transaction and present owner of the diamond

In 1978, Elizabeth Taylor sold the Taylor-Burton diamond, and donated the proceeds to help build a hospital in Botswana, South Africa. "I have never thought of my jewelry as trophies," Taylor said, "I'm just here to take care of them." Henry Lambert, the New York jeweler was reported to have purchased the Taylor-Burton diamond, for a sum of $ 5,000,000. In December 1979, Lambert had sold the stone to it's present owner Robert Mouawad, who had the stone slightly re-cut to it's present weight of 68.07 carats. The Taylor-Burton is presently the 10th largest diamond in the rare and magnificent collection of diamonds belonging to the Mouawad family.

via www.internetstones.com

segunda-feira, 14 de junho de 2010

l'après-midi d'un faune






Sorraias

A propósito de estarmos no Ano Internacional da Biodiversidade, li uma excelente reportagem no "Público" sobre estes cavalos portugueses que desconhecia totalmente.


Só existem cerca de 200 animais e têm poucas décadas de existência como raça, mas têm características que se vêem em pinturas rupestres. No Alentejo, os Sorraias ainda correm como uma manada selvagem.

As 23 fêmeas, onze poldros e um macho, da referida reportagem concentram-se no pasto da Herdade Font'Alva, situada a norte de Elvas, no Alentejo. Juntos, formam a maior população de sorraias no mundo, a raça de cavalos portugueses mais ameaçada.


Ao falar desta raça de origem Ibérica, não podemos deixar de lembrar que, se ela ainda existe, isto fica a dever-se à visão de um homem, o Dr. Ruy d` Andrade. De facto, já numa fase próxima da extinção, e numa altura em que pouco se falava de preservação das espécies, este homem percebeu que era necessário intervir sobre a última manada ainda existente, quando a descobriu, por acaso, perto do rio Sorraia, em Coruche.


O primitivo Sorraia já era representado em pinturas rupestres, sabendo-se da sua utilização posterior pelos romanos.
Foi, assim, o primeiro cavalo a ser domesticado na Península Ibérica. Pensa-se que o Cavalo Andaluz descenderá de cruzamentos dos ancestrais Sorraias, bem como o actual Lusitano.



Os animais são mais pequenos do que os cavalos normais, com uma altura que não chega ao metro e meio na zona entre o dorso e o começo do pescoço. A cabeça com um perfil levemente curvado para fora dá-lhes um ar distinto. De vez em quando vê-se uma ou outra lista no dorso. Mais comuns são as listas nas pernas junto às patas. Estas características chamadas zebruras são consideradas antigas.


Dos 200 animais, mais de metade estão em Portugal espalhados por dez herdades e coudelarias, de acordo com o site da Associação Internacional de Criadores do Cavalo Ibérico do Tipo Primitivo - Sorraia. A Alemanha conta com cerca de 60 indivíduos distribuídos por oito coudelarias, com o núcleo inicial instalado em 1976 na coudelaria de Schäfer, no Sudeste do país, perto de Munique.

O site da herdade que preserva os Sorraias http://www.coudelariasa.com/sorraias.html

O artigo do "Público" pode ser lido aqui http://ecosfera.publico.pt/biodiversidade/Details/os-cavalos-do-sorraia-ainda-tem-um-sabor-selvagem_1441329

sábado, 12 de junho de 2010

pinturas cantadas

Ontem foi dia de almoçinho cultural e eu a PM decidimos dar uma saltada ao Museu de Etnologia. A ideia era ver como estava o Museu e foi profundamente decepcionante. Não tem sequer uma exposição permanente, o que não tem desculpa e tinha apenas duas exposições temporárias: esta das "Pinturas Cantadas" muito interessante e outra de olaria.




A tradição de cantar histórias pintadas em longas tiras que se vão desenrolando é antiga na Índia e foi eminentemente uma actividade masculina desempenhada pela comunidade dos Patua.
Recentemente um grupo de mulheres de Naya, uma aldeia perto de Calcutá retomou esta tradição.


Estas pinturas dedicam especial atenção aos problemas vividos pelas mulheres numa sociedade que as oprime e em que são relegadas para segundo plano.


Com estes trabalhos vendidos em feiras de artesanato e às famílias mais abastadas de Calcutá, elas conseguem aumentar o seu rendimento e simultaneamente ter um papel socialmente mais activo.





A maior parte das pinturas cantadas versam lendas, histórias antigas e religiosas mas não só.




Aqui podemos ver a história do "Titanic" retirada directamente do filme.


Vejam o Di Caprio e a Kate Winslet na proa do barco lol




Aqui o tema tratado é o 11 de Setembro...


...e nesta história têm um papel pedagógico e de prevenção em relação ao problema da sida




Os desenhos são muito inspiradores.