... vou direitinho à inauguração do Queer Lisboa ver o novo filme do João Pedro Rodrigures. Confesso que não sou fã, não há nenhum filme dele que eu adore, mas é um realizador suficientemente interessante para se seguir de perto. É o nosso programa para sexta à noite e não me parece nada mal.
Morrer como Um Homem’ tem esta sexta-feira honras de abertura de mais uma edição, a 13.ª, do Queer Lisboa, Festival de Cinema Gay e Lésbico. O filme faz o retrato realista, sensível e até provocador de um travesti que se debate com um dilema interior: submeter-se a uma cirurgia e transformar-se, definitivamente, na mulher que veste todas as noites e quer ser todos os dias ou permanecer o homem que nasceu e morrer assim, segundo os desígnios de Deus?
Num filme onde a religião defronta sem pudores a homossexualidade e o transformismo, João Pedro Rodrigues segue o trajecto de Tonia, livremente inspirada na falecida Ruth Bryden e interpretada pelo actor estreante Fernando Santos, transformista de profissão, que comove no realismo e crueza da sua personagem. Apesar da trama ser dura e profunda, destaque para os momentos de humor bem conseguidos na personagem hilariante de Maria Bakker (Gonçalo Ferreira de Almeida) e para o colorido dos palcos dos playbacks cheios de lantejoulas e plumas .
Antes de chegar ao circuito comercial, a 15 de Outubro, ‘Morrer como Um Homem’ marca assim o arranque oficial do festival, amanhã, às 22 horas no Cinema São Jorge, em Lisboa, onde desfilarão mais 95 filmes que mostram o universo gay e lésbico sem tabus. Até ao próximo dia 26.
Sofia Canelas de Castro in "Correio da Manhã".
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
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