O novo filme do Darren Aronofsky é um verdadeiro "tour de force". Conta a história de uma bailarina obcecada com a concorrência de outra bailarina quando ganha o papel principal de "O Lago dos Cisnes". Mais não digo, para evitar os spoilers.
Mas o filme é muito mais do que isso. É sobre a ambição, a insegurança, o crescimento, a loucura, e também sobre o que somos capazes de fazer ( ou não) quando algo indesejável se atravessa no nosso caminho.
No entanto, o que o torna extraordinário, é mesmo a realização porque vai, durante a sua duração, mudando sistematicamente de estilo. Começamos a ver um filme sobre o mundo da dança e da competição, para rapidamente entrar no thriller sobrenatural, no filme de terror e mesmo abordar o género fantástico. E o que podia ser uma amalgama de estilos e géneros sem ser carne nem peixe, transforma-se no principal motor da narrativa num crescendo em que os twists nos levam noutra direcção, muito arriscada, mas indubitavelmente mais interessante. É um puro exercício de estilo com referências que vão do Polanski da "Repulsa" ao giallo italiano.
Outro dos grandes trunfos é a Natalie Portman que está como nunca a vi. Consegue dar espessura emocional e uma multiplicidade de registos a um personagem bastante complexo. Fragilidade, insegurança mas também ódio e ressentimento. Impressionante até porque podia haver algum "over acting". Fiquei rendido. Se ganhar o oscar, é mais que merecido.
A dualidade cisne branco/ cisne preto é muito bem explorada e com especial menção para o solo do cisne negro já quase no final. Admirável.
O trailer é miserável, mas mesmo assim aqui fica.
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