Pobre coitado. Esse infeliz fartou-se de penar e no fim... nada levou.
Já ouviram o Orfeu Negro do Vinicius de Moraes?
Deixo aqui um pouquinho do que de mais belo já se escreveu neste Mundo :)
"[...] De súbito, ela desliza para trás. / Esticando os braços, lutando por agarrar-se e ser agarrada, / a desgraçada nada apanhou, a não ser o ar fugidio. / E agora, morrendo por segunda vez, de nada se queixou / do marido (de que se queixaria a não ser de ser amada?). / Dizendo um derradeiro 'Adeus!', que já a muito custo / ele ainda ouviu, volveu de volta ao local de onde partira. / A segunda morte da esposa paralisou Orfeu de estupor, / tal como quem vê o cão do Estígio, o dos três pescoços, / acorrentado pelo do meio, a quem o terror não abandona / antes da antiga forma o fazer, pois o corpo torna-se pedra; / ou como Óleno, aquele que imputou um crime a si mesmo / e quis parecer culpado, ou como tu, desventurada Leteia, fiada na tua beleza: dois corações outrora tão unidos, / hoje em dia vós sois pedras que o húmido Ida carrega. / Em vão implorou e quis passar de novo, mas o barqueiro / impediu-lhe a travessia. Por sete dias se quedou sentado / ali na margem, andrajoso, sem tocar nos dons de Ceres: / o seu manjar eram a aflição e a dor da alma e as lágrimas. / Queixando-se da crueldade dos deuses do Érebo, retirou-se / para o alto Ródope e para o Hemo, açoitado pelos Aquilões." Metamorfoses, X, 57-77.
http://www.youtube.com/watch?v=4YuvdDPYEy0
ResponderEliminarAdoro o mito de Orfeu...
A paixão dele por Eurídice é tão trágica e porém bela como poucas.
EliminarA canção do DS é um pouco assim também, melancólica mas linda!
Pobre coitado. Esse infeliz fartou-se de penar e no fim... nada levou.
ResponderEliminarJá ouviram o Orfeu Negro do Vinicius de Moraes?
Deixo aqui um pouquinho do que de mais belo já se escreveu neste Mundo :)
"[...] De súbito, ela desliza para trás. / Esticando os braços, lutando por agarrar-se e ser agarrada, / a desgraçada nada apanhou, a não ser o ar fugidio. / E agora, morrendo por segunda vez, de nada se queixou / do marido (de que se queixaria a não ser de ser amada?). / Dizendo um derradeiro 'Adeus!', que já a muito custo / ele ainda ouviu, volveu de volta ao local de onde partira. / A segunda morte da esposa paralisou Orfeu de estupor, / tal como quem vê o cão do Estígio, o dos três pescoços, / acorrentado pelo do meio, a quem o terror não abandona / antes da antiga forma o fazer, pois o corpo torna-se pedra; / ou como Óleno, aquele que imputou um crime a si mesmo / e quis parecer culpado, ou como tu, desventurada Leteia, fiada na tua beleza: dois corações outrora tão unidos, / hoje em dia vós sois pedras que o húmido Ida carrega. / Em vão implorou e quis passar de novo, mas o barqueiro / impediu-lhe a travessia. Por sete dias se quedou sentado / ali na margem, andrajoso, sem tocar nos dons de Ceres: / o seu manjar eram a aflição e a dor da alma e as lágrimas. / Queixando-se da crueldade dos deuses do Érebo, retirou-se / para o alto Ródope e para o Hemo, açoitado pelos Aquilões." Metamorfoses, X, 57-77.
:)
Lindo! Nem sabia que existia esta canção...
EliminarAbraço mon Johnny :)