A chegada de James Bond ao cinema, em 1962, fez-se sob uma orquestração que contaminou o imaginário 007 para sempre. John Barry, o compositor reconhecido pela marca sonora indelével na mais famosa personagem de Ian Flemming, morreu ontem, aos 77 anos. A autoria do tema inicial foi, no entanto, alvo de muita contestação.
O historial de John Barry inclui, além da controversa entrada de Dr. No, a composição de mais 11 bandas sonoras para os filmes de 007. O trabalho que desenvolveu ajudou a criar a identidade sonora que dá uma força suplementar à personagem de Ian Flemming. No entanto, nenhuma das principais distinções que recebeu ao longo da carreira esteve ligada a esse legado.Barry conquistou cinco Óscares, dois com Uma Leoa Chamada Elsa (1966), e os restantes com The Lion in Winter (1968), África Minha (1985) e Danças com Lobos (1990). Este último deu-lhe o seu único Grammy. The Lion in Winter valeu-lhe ainda um BAFTA (o segundo, em 2009, foi honorário). “Foi bom ter a coisa bondiana muito comercial e ao mesmo tempo ter filmes menores, que foram artisticamente mais interessantes de fazer”, confessou na mesma entrevista.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
domingo, 30 de janeiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
Fala da criada dos Noailles
Hoje fomos ao Teatro da Trindade ver a minha amiga Elsa Galvão que protagoniza a peça "Fala da criada dos Noailles" escrito propositadamente para ela pelo Jorge Silva Melo. Gostei bastante e ela está fantástica!
Elsa Galvão faz de criada dos famosos Noailles, mecenas de muitos artistas, sobretudo surrealistas, como o realizador Luís Buñuel. Uma "paródia inconsequente" sobre os loucos anos 20, pela voz de quem os viveu de perto, no palacete do conde Noailles, na cidade de Hyères.
A criada dos Noailles não é uma intelectual, mas sempre viveu rodeada deles, portanto, olha para esse meio de uma forma simples, despreocupada e nada moralista. Esta peça é uma paródia. No primeiro ato, os Noailles estão à espera de um convidado para jantar, Luís Buñuel, então a criada, enquanto pensa o que preparar, vai contando episódios sobre alguns artistas que conviveram com o conde. Figuras como Picasso, que ela trata por 'tu cá tu lá'. No segundo, continua a falar sobre a sua relação com o conde, a condessa, os seus amigos e algumas paixões. No terceiro, a criada comenta um livro de memórias de Buñuel que tem referências aos Noailles, e vai dizendo se é verdade ou mentira, sem grandes críticas. Na parte final, o conde já morreu, e ela vive com fantasmas de mecenas e artistas que, no fundo, são personalidades que marcaram a modernidade do século XX.
A peça é um monólogo que ela aguenta sozinha em cena com grande garra, ainda por cima porque está sentada numa cadeira o tempo todo. Mas esta economia da encenação permite ao espectador concentrar-se no acting da actriz que está, digamos, brilhante.
Parabéns Elsinha!
Elsa Galvão faz de criada dos famosos Noailles, mecenas de muitos artistas, sobretudo surrealistas, como o realizador Luís Buñuel. Uma "paródia inconsequente" sobre os loucos anos 20, pela voz de quem os viveu de perto, no palacete do conde Noailles, na cidade de Hyères.
A criada dos Noailles não é uma intelectual, mas sempre viveu rodeada deles, portanto, olha para esse meio de uma forma simples, despreocupada e nada moralista. Esta peça é uma paródia. No primeiro ato, os Noailles estão à espera de um convidado para jantar, Luís Buñuel, então a criada, enquanto pensa o que preparar, vai contando episódios sobre alguns artistas que conviveram com o conde. Figuras como Picasso, que ela trata por 'tu cá tu lá'. No segundo, continua a falar sobre a sua relação com o conde, a condessa, os seus amigos e algumas paixões. No terceiro, a criada comenta um livro de memórias de Buñuel que tem referências aos Noailles, e vai dizendo se é verdade ou mentira, sem grandes críticas. Na parte final, o conde já morreu, e ela vive com fantasmas de mecenas e artistas que, no fundo, são personalidades que marcaram a modernidade do século XX.
A peça é um monólogo que ela aguenta sozinha em cena com grande garra, ainda por cima porque está sentada numa cadeira o tempo todo. Mas esta economia da encenação permite ao espectador concentrar-se no acting da actriz que está, digamos, brilhante.
Parabéns Elsinha!
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Laboratório Chimico da Escola Polytechnica
Esta semana foi tão atribulada que eu e a minha amiga PM não conseguimos ter o nosso almoçinho cultural, mas como na semana passada o almoçinho teve dose dupla, aqui fica a segunda parte. Visitámos o Laboratório Químico do séc. XIX dos Museus da Politécnica. Vale a pena, é uma verdadeira preciosidade e tem aquela magia de viagem no tempo.
O antigo Laboratorio Chimico, como então se escrevia, foi recuperado na sua traça original e aparece agora quase como seria no século XIX, quando foi construído (c. 1857) e reequipado (c. 1880).
É um espaço único em Portugal e na Europa. É um grande laboratório, com bancadas e equipamento próprio para o ensino universitário e para a investigação, é um anfiteatro, onde os professores podiam fazer experiências frente aos alunos, e inclui ainda algumas salas anexas.
Ao entrar nele, entra-se na vanguarda da química europeia do século XIX. E entra-se também num ambiente belíssimo, onde o tempo e a sábia recuperação do lugar e dos equipamentos criaram uma atmosfera arrebatadora. Não há nenhum outro local assim.
Por um conjunto de circunstâncias - umas boas, outras tristes -, o laboratório não sofreu alterações irreparáveis desde a sua fundação até ao último ano do século XX, altura em que os últimos alunos e professores da Faculdade de Ciências deixaram as instalações do vetusto edifício.
O incêndio de 1978, que destruiu grande parte da Faculdade de Ciências, poupou o laboratório, que até 1999 continuava a ser utilizado por alunos e professores. A circunstância infeliz de não se ter procedido, ao longo do século XX, à actualização das instalações e equipamentos transformou-se na circunstância feliz de existir hoje, em Portugal, um sobrevivente quase perfeito de uma época passada.
Passado mais de um século, depois de ter servido muitas gerações de docentes e estudantes, o velho laboratório manteve-se com a traça original, tendo ainda hoje muitos instrumentos e peças de mobiliário originais.
Provavelmente o último grande laboratório do século XIX da Europa – um tesouro a descobrir, totalmente recuperado em 2007.
Museus da Politécnica
Rua da Escola Politécnica 56,58
1269-102 Lisboa
Tel: 213921800
A entrada custa 4€, mas além do Laboratório também dá para ver a exposição sobre os primórdios do cinema em Portugal.
O antigo Laboratorio Chimico, como então se escrevia, foi recuperado na sua traça original e aparece agora quase como seria no século XIX, quando foi construído (c. 1857) e reequipado (c. 1880).
É um espaço único em Portugal e na Europa. É um grande laboratório, com bancadas e equipamento próprio para o ensino universitário e para a investigação, é um anfiteatro, onde os professores podiam fazer experiências frente aos alunos, e inclui ainda algumas salas anexas.
Ao entrar nele, entra-se na vanguarda da química europeia do século XIX. E entra-se também num ambiente belíssimo, onde o tempo e a sábia recuperação do lugar e dos equipamentos criaram uma atmosfera arrebatadora. Não há nenhum outro local assim.
Por um conjunto de circunstâncias - umas boas, outras tristes -, o laboratório não sofreu alterações irreparáveis desde a sua fundação até ao último ano do século XX, altura em que os últimos alunos e professores da Faculdade de Ciências deixaram as instalações do vetusto edifício.
O incêndio de 1978, que destruiu grande parte da Faculdade de Ciências, poupou o laboratório, que até 1999 continuava a ser utilizado por alunos e professores. A circunstância infeliz de não se ter procedido, ao longo do século XX, à actualização das instalações e equipamentos transformou-se na circunstância feliz de existir hoje, em Portugal, um sobrevivente quase perfeito de uma época passada.
Passado mais de um século, depois de ter servido muitas gerações de docentes e estudantes, o velho laboratório manteve-se com a traça original, tendo ainda hoje muitos instrumentos e peças de mobiliário originais.
Provavelmente o último grande laboratório do século XIX da Europa – um tesouro a descobrir, totalmente recuperado em 2007.
Museus da Politécnica
Rua da Escola Politécnica 56,58
1269-102 Lisboa
Tel: 213921800
A entrada custa 4€, mas além do Laboratório também dá para ver a exposição sobre os primórdios do cinema em Portugal.
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almoçinho cultural
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Naked Jake Gyllenhaal ;)
Esta semana estreia o novo filme do Jake "Love and other drugs" de onde são retiradas estas imagens. A não perder :P
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
preciosidade
A Marlene a cantar em brasileiro. Adoro porque ela canta sempre tudo da mesma maneira lol, até aqui consegue essa proeza. a não perder :) lol
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
domingo, 23 de janeiro de 2011
sábado, 22 de janeiro de 2011
outra vida
Primeira grande decepção do ano. O novo filme do Clint Eastwood, de quem sou o maior dos admiradores, não tem ponta por onde se pegue. Esta história da procura da vida depois da morte e da comunicação com o além serve apenas como pretexto para cruzar 3 personagens improváveis. Apesar de ser aparentemente o tema do filme, o argumento nunca desenvolve sequer uma ideia satisfatória, ficando pela mais banal das abordagens.
Em termos de realização, a opção por segmentos (cada personagem tem um) que se cruzam no final é uma ideia estafada e que ele não domina. Há segmentos muito longos, à personagens desaparecem tempo sem fim, a montagem é a coisa com menos ritmo que eu vi ultimamente. Enfim, um verdadeiro desastre. Excepção feita para o pequeno George McLaren que faz os dois gémeos com uma sensibilidade tocante.
Como disse, adoro o Clint Eastwood, o "Million Dolar Baby" é um dos filmes da minha vida, mas até os melhores realizadores têm percalços. Esta é a prova.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
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