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Elsa Galvão faz de criada dos famosos Noailles, mecenas de muitos artistas, sobretudo surrealistas, como o realizador Luís Buñuel. Uma "paródia inconsequente" sobre os loucos anos 20, pela voz de quem os viveu de perto, no palacete do conde Noailles, na cidade de Hyères.
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A criada dos Noailles não é uma intelectual, mas sempre viveu rodeada deles, portanto, olha para esse meio de uma forma simples, despreocupada e nada moralista. Esta peça é uma paródia. No primeiro ato, os Noailles estão à espera de um convidado para jantar, Luís Buñuel, então a criada, enquanto pensa o que preparar, vai contando episódios sobre alguns artistas que conviveram com o conde. Figuras como Picasso, que ela trata por 'tu cá tu lá'. No segundo, continua a falar sobre a sua relação com o conde, a condessa, os seus amigos e algumas paixões. No terceiro, a criada comenta um livro de memórias de Buñuel que tem referências aos Noailles, e vai dizendo se é verdade ou mentira, sem grandes críticas. Na parte final, o conde já morreu, e ela vive com fantasmas de mecenas e artistas que, no fundo, são personalidades que marcaram a modernidade do século XX.
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A peça é um monólogo que ela aguenta sozinha em cena com grande garra, ainda por cima porque está sentada numa cadeira o tempo todo. Mas esta economia da encenação permite ao espectador concentrar-se no acting da actriz que está, digamos, brilhante.
Parabéns Elsinha!
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