terça-feira, 27 de outubro de 2009

Madre

A minha mãe tem estado doente e isso põe-me doente. Cada vez mais penso que todos os momentos que passo com ela, são mais preciosos. Está velhota e esta vida é um momento fugaz. Isto tudo tem mexido muito comigo ultimamente e já não sei porquê, lembrei-me deste quadro do Joaquín Sorolla, pintor impressionista, oriundo de Valência de que sou fã.



O que mais gosto neste quadro intitulado "Madre"(1895), que retrata a sua mulher e a filha Elena recém-nascida é o despojamento minimalista com que ele pinta esta cena. E a tranquilidade imaculada. Ele que era um mestre da côr e do movimento, aqui tudo assume tonalidades neutras. E dadas as circunstância, não é um retrato normal. Isso seria a mãe estar abraçada ao filho ou com ele ao colo. Mas não, aqui a mãe comtempla o bebé com uma exaustão que não lho permite. E há uma certa distância entre mãe e filho. Não se percebe bem se ela está acordada ou adormeceu a olhar para o filho. É um quadro perturbante, mas muito bonito. Está em exposição permanente no Museo Sorolla em Madrid.

Sem comentários:

Enviar um comentário