![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9ea42YLne8xfIhDml14Bs_d7mPD_sYki8JO2Q880JDvVol5n-OQntCKi0jpPB_toJh8fzKr4to96UyOyCOAzmJGbxcdTSa04cd4Zd2ofZltGNYp18HuMrX20v83cxq_V0Cxh1LkZrLgo/s400/lips23.jpg)
Entre os teus lábios
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.
No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.
Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.
Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.
Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.
Eugénio de Andrade
Sem comentários:
Enviar um comentário