sábado, 20 de março de 2010
visto do céu
Quando o Peter Jackson anunciou que ia filmar o "The Lovely Bones" fiquei boquiaberto porque achei que aquele livro era infilmável. O livro é muito visual mas de uma maneira sensorial. E isso é díficil de captar em imagens.
O projecto era arriscado e eu gosto de realizadores que correm riscos. Neste caso o risco era um argumento complexo, algo esotérico, oscilando entre o thriller e o drama profundo de uma família que entra em colapso depois da filha mais velha ser morta por um serial killer. Peter Jackson tinha que fazer algumas cedências e acaba por preferir levar o filme mais para o lado do policial, acabando por descuidar o drama humano que é a parte mais interessante e comovente do livro.
Outro dos problemas foi criar visualmente o "limbo" entre o céu e a terra onde a protagonista se encontra. E nestas sequências, se há ambientes bem conseguidos, outros falham redondamente.
E como não há bela sem senão, ao optar por enfatizar o lado policial da história em detrimento do emocional, duas das personagens mais extraoridinárias do livro são remetidas a meras figurantes.
Uma é avó excêntrica, com uma Suran Sarandon sem papel para defender
e a outra é a da Mãe que não consegue ultrapassar o que aconteceu, aqui bem defendida pela Rachel Weisz, mas que só tem duas ou três cenas. Uma pena.
De qualquer forma é um filme esforçado, honesto e que apesar de nunca conseguir chegar lá, tenta. O que já começa a ser raro no cinema comercial dos dias que correm.
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